sexta-feira, 22 de julho de 2011

BASF amplia campanha “Um Planeta Faminto e a Agricultura Brasileira”

22/07 

Além de inserções em web e veículos impressos, vídeo ganha versão especial para exibição em salas de cinema e na TV TAM

Dada a repercussão positiva do vídeo “Um Planeta Faminto e a Agricultura”, produzido no final do ano passado pela Unidade de Proteção de Cultivos da BASF especialmente para a internet, foi lançada neste ano uma grande campanha publicitária com o objetivo de ampliar a discussão acerca do aumento na demanda por alimento em todo o mundo e da contribuição do produtor rural neste cenário.
A campanha está em circulação com inserções em internet e veículos impressos. Na web, a campanha já está no ar em portais como Globo.com, Valor On-line, Ideia Sustentável, entre outros. Em mídia impressa, no jornal Valor Econômico e na Revista Exame. Praças específicas de outros estados também fazem parte do plano de mídia, como o jornal Zero Hora (RS) e em jornais de cooperativas agrícolas.
Uma das novidades desta ação promocional está na utilização de mídias nunca antes exploradas por este setor da empresa: “Em julho a campanha ampliou sua veiculação. O público já pode conferir o filme na abertura dos grandes cinemas e também para aqueles que tiverem em viagem na TV TAM. O objetivo assim é engajar ainda mais membros da sociedade sobre o importante papel do agricultor na vida de todos nós”, afirma a gerente de Comunicação e Serviços de Relacionamento com o Cliente da BASF, Adriana Boock. Veículos segmentados de sustentabilidade também estão contemplados, bem como os veículos do trade de agronegócio.
“A campanha tenta conscientizar sobre o desafio de alimentar uma população crescente, o aumento de produtividade no campo e a contribuição do agricultor brasileiro para o mundo”, comenta o vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, Maurício Russomanno. Diversos profissionais da BASF foram envolvidos. “Não estamos medindo esforços. Além de nossa equipe, temos recebido apoio da academia, entidades de classe, e em especial, do próprio produtor rural. Agora é preciso dividir o assunto com toda a opinião pública”, finaliza Russomanno.
Outras ações de marketing e comunicação também estão previstas. Entre elas a utilização dos canais de mídias sociais digitais da empresa, bem como o relacionamento com imprensa e eventos com os demais stakeholders.
Toda a campanha do vídeo foi produzida pela equipe de marketing da BASF, em conjunto com a agência e21, do Grupo MTCom. O diretor de atendimento do Núcleo BASF, na e21, Alberto Meneghetti explica a repercussão da campanha: “O vídeo, inicialmente produzido para web, ganhou proporções surpreendentes. Sua abrangência foi além da área do agronegócio e nos fez propor uma campanha específica sobre o tema em outros meios”.

Sucesso na internet

O vídeo “Um Planeta Faminto e a Agricultura Brasileira” foi lançado em dezembro de 2010 no canal da BASF no Youtube e desde então já soma mais de 215 mil visualizações, com uma média de 1.000 novas page views por dia. Esses números se equiparam às grandes campanhas publicitárias de TV que são disponibilizadas ou têm parte na web. Todo o argumento utilizado foi baseado em dados oficiais e públicos e visam enfatizar a vocação do Brasil para a agricultura.

Ficha técnica

Cliente: BASF
Produto: Institucional
Título: Planeta Faminto
Direção de Atendimento: Alberto Meneghetti
Atendimento: Bárbara Pufal, Mariane Rossi e Camila Pastore
Direção de planejamento: Luciano Vignoli
Planejamento: Eduardo Meurer
Direção de Criação: Pablo Bohrz
Direção de Arte: Guga Dias da Costa
Redação: Cristiano Werkhauser
Ilustração: Zap Filmes
Produtora de Áudio e Vídeo: Zap Filmes
Coordenação de Mídia: Diná Lopes
Mídia: Vivian Pordany
Produção Eletrônica e Gráfica: Maristela Mello e Rebeca Oliveira
Arte-Finalização: Rafael Mendanha
Direção Digital: Fernando Sartori
Atendimento Digital: Débora Ferreira
Web Design: Diego Soares
Redação web: Cristiano Werkhauser e Guilherme Bueno
Programação: Anderson Pagani
Produtora Filme/Vídeo: Farofa Filmes
Direção de Cena: Jásser Rossetto e Álvaro Beck
Motions Grafics: Zap Produtora
Produção e Direção de Áudio: Carina Donida (Radioativa)
Criação e Arranjo: Cau Netto
Mixagem e Masterização: Henrique Wilasco
Aprovação: Adriana Boock e Angela Neves

Material de apoio:

Frame do vídeo:http://www.xcomunicacao.com.br/bravo/logoplanetafaminto.jpg
Fotos do Vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF - Maurício Russomannohttp://www.xcomunicacao.com.br/bravo/Mauricio_Russomano.jpghttp://www.xcomunicacao.com.br/bravo/Mauricio_Russomanno2.jpg
Créditos: Julio Bittencourt:
Acesse a versão do vídeo para cinemas e TV TAM no Youtube:http://www.youtube.com/user/AgroBasf?feature=mhee
Acesse o vídeo original no Youtube:http://www.youtube.com/watch?v=aoiP-WK3V8o
As informações são da BASF.

Agrolink com informações de assessoria

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Commodities salvam superávit brasileiro

21/07/2011

Rio - A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisou nesta quarta-feira (20) as estimativas de comércio exterior para 2011, com superávit subindo levemente de US$ 26,100 bilhões para US$ 26,260 bilhões. O presidente da entidade, José Augusto de Castro, explicou que o que salvará o superávit comercial brasileiro este ano será o preço em alta de commodities.
As importações e as exportações este ano devem crescer praticamente na mesma magnitude, respectivamente 20,2% e 21,1% contra 2010. Mas o cenário nos dois setores não poderia ser mais diferente. Enquanto as compras externas são impulsionadas pelo dólar fraco, as vendas externas são concentradas em commodities, que têm procura forte no mercado internacional. ''Se não houvesse esta boa demanda atual por commodities, as exportações brasileiras teriam um cenário diferente'', afirmou.
Castro alertou que, este ano, a dependência brasileira das exportações de commodities, que representam 71% do montante exportado, tornou-se cada vez mais visível. Ele observou que, apesar do aumento previsto para as vendas externas, três commodities devem responder por 35,7% das receitas totais de exportação do Brasil até o final do ano: minério de ferro, complexo soja e petróleo e derivados.
No caso específico do minério, o produto deve responder por US$ 39,036 bilhões da receita, ou 15,96% dos ganhos totais do País com vendas externas este ano. Para o especialista, é alto o risco de uma ''reprimarização'' da economia brasileira, que pode voltar a se posicionar no mercado internacional apenas como fornecedor de matérias-primas. ''No momento, estamos respondendo à boa demanda por commodities no cenário internacional. Mas o problema é que, se ocorrer algo no cenário externo, se a China reduzir sua demanda, não temos plano B'', afirmou o executivo.
A ineficiência das medidas adotadas pelo governo para conter a demanda interna, anunciadas em dezembro do ano passado, também influenciou as revisões das estimativas da AEB.
Alessandra Saraiva

Fonte(s):  folhaweb

Precariedade da logística desafia aumento da produção agrícola brasileira

21/07 

Abiove recebe com satisfação resoluções da ANTT sobre transporte ferroviário publicadas nesta quarta-feira no diário oficial

O complexo soja, cuja produção se dá em grande parte no interior do Brasil, é um dos produtos do agronegócio que mais se ressentem da precariedade da logística nacional. O Brasil está entre os três principais exportadores agrícolas do mundo e tem “uma oportunidade enorme de responder rapidamente à demanda maior de alimentos sem precisar desmatar, apenas utilizando terras disponíveis sem cobertura florestal e pastagens degradadas", diz Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – ABIOVE. Ele alerta, porém, que “se não tomarmos providências de imediato para melhorar a logística (transporte, instalações portuárias e de armazenagem no interior do País), vamos jogar a oportunidade fora. Este é o grande desafio do agronegócio”.
Em 2020, o Brasil precisará produzir 95 milhões de toneladas de soja, em relação às atuais 73 milhões t. O problema é que 70% dessa produção são escoados por meio do modal rodoviário, o mais caro, enquanto 25% são transportados por ferrovias e apenas 5% por via fluvial, a mais barata. Concorrentes do Brasil no complexo soja, como os EUA, utilizam preferencialmente os modais fluvial e o ferroviário.
A ABIOVE recebe com satisfação, nesta quarta-feira, a agenda regulatória da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT para 2011-2012, que tem como itens prioritários no capítulo de transporte ferroviário de cargas pactuação e repactuação de metas por trecho; regulamento de defesa dos direitos dos usuários de transporte ferroviário de cargas; e operações de direito de passagem e tráfego mútuo. O aperfeiçoamento do marco regulatório ferroviário nestes quesitos está sendo concluído com a publicação de três resoluções resultantes de um processo de consulta e audiência pública.
Duas resoluções são interligadas – tráfico mútuo ou direito de passagem e estabelecimento de metas por trecho. “A ANTT vai exigir que a concessionária para cada trecho informe antecipadamente quanto pretende operar com carga própria dela. Se aquele trecho estiver ocioso, a concessionária terá de oferecê-lo para os concorrentes operarem também. Para isso, será necessário um centro de controle operacional” para coordenar o fluxo de transporte, explica Carlo Lovatelli.
A ANTT atende, com a sua nova agenda regulatória, o que os usuários sempre quiseram: fortalecer a sua posição de contratante de frete, para que tenham condições melhores de negociação com concessionárias ou transportadoras ferroviárias. O objetivo é evitar abuso de poder econômico.
De acordo com o presidente da ABIOVE, “hoje as ferrovias têm tido alguns procedimentos que não deveriam. Mas, como exercem o monopólio do transporte de determinado trecho, e como o usuário depende desse transporte, acabam exagerando na hora de reajustar as tarifas. As concessionárias têm feito reajustes de tarifas 2 a 3 vezes superiores à inflação ou à variação de custos do período". Além disso, têm praticado “overbooking” – “contratam volumes e não operam, deixando os exportadores na mão e sujeitando-os ao pagamento de multas pesadas por atraso no embarque", acrescenta Lovatelli. Segundo ele, o novo código de defesa do usuário “vai equilibrar as forças e proteger os exportadores, pois as concessionárias sofrerão penalidades claras caso abusem do poder econômico”.
“O modelo de concessões feito para o Brasil precisa ser aprimorado porque não está explorando a eficiência nem a competição entre as empresas. O leito ferroviário pertence à União. Se o concessionário fizer investimento, ele não terá retorno, porque devolverá a concessão à União no futuro e não será ressarcido. Além disso, o modelo de concessão não estimula o usuário a investir, e a falta de investimento é um problema”, analisa Carlo Lovatelli. Editorial do jornal O Estado de S. Paulo de 17 de julho, enfoca o problema da precariedade logística: “Por falta de ferrovias e hidrovias, a soja de Mato Grosso é transportada até os portos por rodovias. É um meio de transporte mais caro e, sobretudo, mais arriscado, por causa das péssimas condições das estradas. Não causa estranheza, por isso, que o frete da soja de exportação no Brasil seja quatro vezes maior do que nos EUA, onde se utilizam intensamente as hidrovias. Tendo transportado sua safra até o porto, o produtor ainda arca com ônus adicionais decorrentes da baixa qualidade dos serviços portuários, que impõe perdas no volume exportado e custos em razão da demora do carregamento do produto nos navios. Como, apesar de todos esses obstáculos, crescem as exportações do agronegócio, e a velocidades cada vez maiores, fica claro que sua competitividade é assegurada antes de a produção deixar seu local de origem. Ou seja, o produtor é o grande responsável por isso. As perdas começam quando o esforço exportador passa a depender do governo, ao qual competiria assegurar a infraestrutura e as condições adequadas, mas não o faz”.
Competitivo, o agronegócio brasileiro continua garantindo superávits comerciais. Nos seis primeiros meses de 2011, gerou um superávit de US$ 34,7 bilhões, 20,5% maior do que no primeiro semestre de 2010. O setor é o principal responsável pela geração do superávit comercial do País, pois o saldo acumulado dos demais produtos - minérios, petróleo e seus derivados, outras commodities não agrícolas e produtos semimanufaturados e manufaturados não derivados de produtos agropecuários - foi negativo em US$ 21,7 bilhões. Relatório do Ministério da Agricultura mostra que o bom resultado se deve ao aumento das exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), carnes, complexo sucroalcooleiro (açúcar e álcool), que responderam por 82,4% do total de US$ 43,1 bilhões de produtos agropecuários exportados no primeiro semestre.
As informações são da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – ABIOVE.

Agrolink com informações de assessoria

segunda-feira, 18 de julho de 2011

No País, terminais de contêiner têm déficit de US$ 4 bi

Renée Pereira

Cálculos de especialistas mostram que, se nada for feito, o gargalo nos portos pode chegar a US$ 10 bilhões até o fim desta década

As restrições criadas pelo governo federal para a construção de novos terminais portuários no Brasil estão comprometendo a expansão do transporte em contêiner - aquelas caixas de metal padronizadas que transportam produtos distintos, de café e açúcar a celulares e roupas de grife. Calcula-se que o País tenha hoje um déficit de US$ 4 bilhões em novos terminais de contêineres para atender uma demanda reprimida que não para de crescer.

No Brasil, a revolução do transporte em contêiner desembarcou com força no fim dos anos 90 depois da privatização dos portos. Nas mãos da iniciativa privada, os terminais foram ampliados e modernizados. Trocaram os antigos guindastes por equipamentos automatizados, que conseguiam movimentar dezenas de contêineres por hora. Em seis anos (de 1999 a 2005), eles triplicaram o volume de cargas movimentadas.

Entre 2006 e 2010, com uma base maior, o ritmo diminuiu um pouco: cresceu 19% no período. Uma das justificativas é a capacidade dos terminais, que estaria no limite. Depois de todos os investimentos feitos, há pouca margem de manobra para as empresas ampliarem os terminais. A maioria está instalada dentro de portos públicos, estrangulados pelo crescimento urbano.

O diretor executivo da Associação dos Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa, destaca que, desde a privatização, a iniciativa privada investiu US$ 2 bilhões nos terminais de contêineres. "Mas precisaríamos de US$ 4 bilhões. Ou seja, ficamos com um gap de US$ 2 bilhões. Junta-se a isso, a demanda de cabotagem que soma outros US$ 2 bilhões de investimentos não realizados." Villa afirma que, se nada for feito, o déficit pode chegar a US$ 10 bilhões até 2020.

Em Santos, maior porto da América Latina, a expansão da capacidade dos terminais tem se tornado uma das maiores preocupações da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do complexo. Hoje os terminais existentes conseguem atender até 3,2 milhões de teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Em 2010, no entanto, o volume já estava em 2,75 milhões de teus, ou seja, bem próximo do limite.

Filas. Mesmo assim, os números não revelam os enormes problemas que as empresas enfrentam durante os meses de pico, afirma o diretor da Hamburg Sud/Aliança, José Balau. "Entre setembro e novembro, a operação cresce 20%. Fica caótico, com filas de navios no mar e de caminhões, nas rodovias. " Ele alerta que, em 2010, a situação já foi delicada nos portos brasileiros. "Neste ano deve ser pior", avisa ele, destacando que o setor tem apresentado crescimento de 20% no primeiro semestre.

No ano passado, os terminais portuários brasileiros movimentaram 74,6 milhões de toneladas de mercadorias em contêineres, 14% a mais que em 2009, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O volume, no entanto, representa 62% do total de carga geral transportada pelos portos nacionais no ano. Isso significa que há um mercado potencial grande para os contêineres. Mas falta terminais para atender toda essa demanda.

"A privatização melhorou de forma significativa a operação portuária. Mas precisamos inaugurar uma nova fase de investimentos da iniciativa privada", afirma o consultor da Porto Assessoria, Nelson Carlini, ex-presidente da CMA CGM - uma das maiores companhias marítimas do mundo. Ele destaca que há cerca de 4 ou 5 projetos em construção no País. Mas, quando começarem a operar, vão apenas conseguir estancar a demanda reprimida atual.

Em Santos, dois projetos devem começar a funcionar no ano que vem: Embraport e Brasil Terminais Portuários (BTP). Mas sozinhos eles vão apenas amenizar a situação do complexo santista. Segundo estudo feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e The Louis Berger Group Inc., o porto brasileiro poderá dobrar de tamanho até 2024, e bater a marca de 229 milhões de toneladas. Neste ano, a expectativa é ultrapassar a barreira de 100 milhões de toneladas.

Na opinião dos executivos, o Brasil está demorando muito para enxergar o gravidade do problema. Um novo terminal portuário demora entre 5 e 6 anos para sair do papel. Alguns gastaram até 12 anos para fazer as primeiras movimentações, como é o caso de Itapoá, em Santa Catarina. O terminal foi inaugurado em dezembro do ano passado, mas só começou a funcionar em 16 de junho por causa da falta de acesso terrestre e licença de operação.

Itapoá, no entanto, não está sozinho nesse longo caminho para tornar um projeto realidade no Brasil. O Porto de Navegantes, também instalado no litoral catarinense, demorou nove anos para receber o primeiro navio no cais. Mesmo tempo levou o terminal da Embraport para conseguir o licenciamento de início das obras. "Os exemplos mostram que não podemos perder tempo. Um projeto iniciado hoje, no mínimo, começará a funcionar em cinco anos."

Outra recomendação dos executivos é optar por terminais em áreas virgens, fora dos portos públicos e de áreas densamente povoadas. "Temos de seguir o modelo do porto-indústria, como em Suape (Complexo Industrial e Portuário de Suape), em Pernambuco. Para isso, é preciso espaço para a instalação de indústrias e empresas de serviço. Esse é o conceito que vem sendo adotado na China e Coreia", diz Balau, da Hamburg Sud/Aliança, companhia marítima responsável por um quarto de toda movimentação de contêiner na costa brasileira.

Fonte: Canal do Produtor

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Balança do agronegócio registra saldo de US$ 34 bi no primeiro semestre

14/07 

Café, complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais foram os setores que mais contribuíram para o resultado. O valor representa acréscimo de 20,5% em relação ao registrado em 2010
A balança comercial do agronegócio brasileiro registrou superávit de US$ 34,7 bilhões de janeiro a junho de 2011. O valor representa um crescimento de 20,5% no saldo de negócios externos do setor em relação ao mesmo período de 2010, quando o total foi de US$ 28,8 bilhões. As exportações totalizaram US$ 43,1 bilhões, o que representa elevação de 23,4% em relação ao mesmo período de 2010. As importações apresentaram variação positiva de 36,8%, no mesmo período, totalizando US$ 8,3 bilhões.

O incremento das exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), carnes, complexo sucroalcooleiro (etanol e açúcar), produtos florestais e café – que juntos responderam por 82,4% do total das exportações – foi o principal responsável pelo resultado positivo da balança. O valor embarcado dos cinco produtos foi de US$ 35,5 bilhões.

“Tivemos um expressivo aumento das exportações de soja em grão tanto em quantidade quanto em valor. O destaque negativo foi a queda do volume exportado de óleo de soja, produto com maior renda agregada”, analisa o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio (DPI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Junqueira Ferraz.

Na análise por destinos, as exportações apresentaram aumento para praticamente todos os continentes. A Ásia, embora tenha perdido participação em comparação a 2010, continua no primeiro lugar com 30,1% do mercado. Entre os 20 principais destinos dos produtos brasileiros, alguns países atingiram um acréscimo superior ao incremento das exportações no semestre: Argélia (+131,9%), Espanha (+73,5), Japão (+47,4%), Alemanha (+42%) e Rússia (+41%). Este último, apesar da recente suspensão de compra de carne do Brasil, ultrapassou as aquisições dos Estados Unidos e ficou em terceiro lugar no ranking de importadores dos produtos brasileiros.

Nas importações, o principal crescimento ocorreu no valor adquirido da palma de óleo, que passou de US$ 142 milhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 289 milhões (+103,8%) nos seis meses iniciais de 2011. O setor de produtos florestais, considerado o mais importante da pauta importadora, teve elevação de 37,8% nas aquisições. O segmento lácteo também registrou forte alta, passando de US$ 149 milhões para US$ 277 milhões (+85,6%), além de ter sofrido redução nas vendas externas de US$ 76 milhões para US$ 57 milhões.

“O grande aumento das importações de leite em pó ocorreu devido à menor oferta interna do produto, em face da entressafra e do inverno rigoroso que estamos atravessando”, justifica Ferraz.

Resultados de junho

Apenas em junho, a balança comercial alcançou um superávit de US$ 5,8 bilhões. As exportações somaram US$ 8,9 bilhões (29,1% de alta em relação ao mesmo mês de 2010) e as importações obtiveram US$ 1,3 bilhão (elevação de 32,5% na comparação com junho do ano passado).

A variação positiva das exportações ocorreu, principalmente, em função do incremento no valor das exportações do complexo soja, que aumentaram 46,3%, totalizando US$ 3,1 bilhões. Somente o valor exportado em grãos aumentou 50% em relação ao valor registrado em junho de 2010 (de US$ 1,4 bilhão para US$ 2,2 bilhões). Também houve crescimento das exportações nos seguintes setores: café (+ US$ 308 milhões), complexo sucroalcooleiro e carnes (+ US$ 225 milhões), sucos de frutas (+ US$ 107 milhões) e cereais, farinhas e preparações (+ US$ 85 milhões).

Os países que apresentaram as maiores taxas de crescimento na aquisição de produtos do Brasil foram Espanha (148,4%), Rússia (110,3%), Japão (64,3%) e Alemanha (58,3%). A China – principal importador do agronegócio brasileiro – incrementou as suas compras em 33,7%, ampliando a sua participação de 20,1% para 20,8% no total das exportações.

O setor de papel e celulose liderou as importações feitas no mês, com US$ 178 milhões. As compras de trigo (US$ 111 milhões), borracha natural (US$ 98 milhões) e palma de óleo (US$ 82 milhões) também registraram bom desempenho.

Acesse mais informações sobre a Balança Comercial:http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/4400_balanca_comercial_-_nota_a_imprensa_-_junho_2011.pdf

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

quarta-feira, 13 de julho de 2011

País receberá R$ 1 tri em projetos até 2020

Ayr Aliski

O Brasil receberá investimentos de R$ 1 trilhão para projetos nas áreas de energia elétrica, petróleo, gás e biocombustíveis até 2020

A projeção foi apresentada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, aos integrantes do Conselho Temático de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em reunião realizada nesta terça-feira (12). Desse total de investimentos, a maior parcela será destinada a petróleo e gás, com R$ 686 bilhões nos próximos 10 anos.

Segundo Tolmasquim, a oferta brasileira de petróleo saltará de 2 milhões de barris anuais para 6 milhões de barris em 2020, dos quais 3,2 milhões serão para a exportação. "O Brasil vai ser o primeiro exportador de petróleo a ter uma matriz limpa no mundo". Ele afirmou isso considerando também fortes investimentos na área de etanol e energia elétrica com fontes renováveis. As projeções da EPE indicam aplicação de R$ 90 bilhões em usinas de etanol nos próximos 10 anos, o que será suficiente para atender a frota de veículos leves com motor bicombustível.

A produção de etanol, que hoje oscila entre 25 bilhões e 28 bilhões de litros por ano, chegará 73 bilhões de litros em 2020. Tolmasquim destacou que atualmente a frota tem quase 29 milhões de carros, dos quais 49% já são bicombustíveis. Para 2020, a estimativa é que a frota chegue a 50 milhões de veículos, desses 78% com motor bicombustível. Na área de energia elétrica, Tolmasquim também apresentou um cenário positivo. Segundo ele, nos próximos 10 anos, haverá expansão de mais de 61 mil megawatts na oferta de energia elétrica.

"Grande parte já está contratada", informou Tolmasquim, referindo-se a uma parcela superior a pouco mais de 42 mil megawatts. Nessa conta de projetos já contratados, ele inclui a energia que será ofertada pelas usinas de Jirau (RO), Santo Antônio (RO) e Belo Monte (PA). "Isso traz uma grande tranquilidade". As projeções consideram o crescimento do PIB de 5% em média nos próximos 10 anos. No setor de transmissão de energia, o presidente da EPE explicou que está sendo considerada uma construção de 42,553 mil km de novas linhas, ou seja, uma expansão de cerca de 43% em comparação ao total de 99,649 mil km de linhas existentes. "No Brasil, o parque de transmissão é muito robusto".

Canal do Produtor

terça-feira, 12 de julho de 2011

BNDES vai retirar apoio a fusão Pão de Açúcar/Carrefour

Vera Rosa

O governo não vai mais ajudar a financiar a fusão entre o Pão de Açúcar e as operações brasileiras do Carrefour. Depois de enfrentar críticas por concordar em participar do negócio, com um aporte de até R$ 4, 5 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lavou as mãos. Em conversas reservadas, a presidente Dilma Rousseff disse que não vale a pena enfrentar o desgaste se não há acordo entre os sócios em torno da proposta de casamento.

Na avaliação do Palácio do Planalto, o empresário Abílio Diniz, do Pão de Açúcar, não foi hábil nas negociações com Jean-Charles Naouri, do grupo francês Casino. Naouri acusa Diniz de tentar se unir ao Carrefour para burlar o acordo anterior pelo qual o Casino assumirá o controle do Pão de Açúcar em 2012. O sócio francês chegou a afirmar que as tratativas entre Diniz e o Carrefour foram "secretas e ilegais".

Desde que a proposta de fusão foi divulgada, há 15 dias, começaram as reações negativas. Houve forte protesto contra o uso de dinheiro do contribuinte no negócio, por meio do BNDES, e parlamentares da oposição insistem em cobrar explicações do presidente do banco, Luciano Coutinho, e do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

A bancada do DEM na Câmara apresentou requerimento de convocação de Pimentel na Comissão de Defesa do Consumidor. Na tentativa de contornar o mal estar, o deputado Paulo Teixeira (SP), líder do PT, disse que o partido apoiará os convites para os representantes do Pão de Açúcar, do Casino, do Carrefour e do BNDES explicarem o negócio.

Além dos protestos e das estocadas entre Diniz e Naouri, o Ministério Público abriu investigação com o objetivo de apurar se existe interesse público no uso de recursos federais para uma operação de fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. Em ofício encaminhado a Luciano Coutinho, o MP quer saber, por exemplo, quais os critérios para a adoção de prioridades nos investimentos do BNDES.

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ISTO É

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Aposta no agronegócio

O agronegócio brasileiro vive um momento de euforia

O agronegócio brasileiro vive um momento de euforia: as projeções indicam que não será apenas o recorde de produção que será batido. Toda a cadeia que envolve a agropecuária nacional tem motivos para otimismo. Ao contrário de outros períodos, nos quais os lucros obtidos com a terra eram revertidos em automóveis de luxo e aplicações em imóveis urbanos, os produtores agora investem na produção, e principalmente na busca por maior produtividade.

Tanto é assim que o setor de defensivos agrícolas já projeta aumentos consideráveis de vendas este ano. Também a indústria de fertilizantes contabiliza melhores negócios na comparação com 2010. Já o segmento de máquinas e equipamentos agrícolas planeja participar desse bolo e faturar com o sucesso do agronegócio. Enquanto isso, o mercado internacional mantém as atenções voltadas à nossa produção de alimentos. Afinal, a demanda mundial por produtos agrícolas cresce exponencialmente.

Os próprios analistas reconhecem que não se trata de uma fase apenas. Há uma confiança em que teremos um longo período de demanda aquecida e de bons preços internacionais para as commodities agrícolas. E o Brasil, como fornecedor de alimentos para o mercado internacional, é a grande aposta. E as metas do setor são ambiciosas: elevar a produção de grãos - arroz, feijão, trigo, milho e soja - para 178 milhões de toneladas em uma década, 37% a mais do que o obtido na safra 2008/09, e obter receitas de US$ 130 bilhões com exportações, o dobro do valor atual. Para chegar a esses números, o setor deve elevar a produtividade 20% e equilibrar custos, principalmente com uma autossuficiência na produção de fertilizantes.

Mas o crescimento seguro e sustentável do agronegócio também passa por outras atitudes, igualmente importantes: garantia de renda para o produtor, infraestrutura e logística, comércio exterior, pesquisa e inovação, defesa agropecuária e institucionalidade do poder público. Sem uma atenção especial para estes seis itens, o Brasil poderá, mais uma vez, continuar sonhando em ser o país do futuro, sem conseguir acompanhar o ritmo da história que coloca suas fichas no agronegócio.

Canal do Produtor > DCI

John Deere Water inicia produção de tubo gotejador D5000 em Uberlândia

08/07/11 - 14:12 

A fábrica da John Deere Water em Uberlândia (MG) está iniciando a produção do tubo gotejador D5000, que foi apresentado para o mercado brasileiro em maio, no Agrishow de Ribeirão Preto (SP). O D5000 é o primeiro gotejador da marca John Deere no mundo.
A fábrica de Uberlândia recebeu investimentos de mais de 1 milhão de dólares para passar a produzir o D5000. O tubo já estava sendo produzido nas unidades da John Deere Water de Israel, Austrália e da Espanha. Com esse investimento a unidade brasileira passa a fabricar quatro produtos para irrigação de baixo volume (gotejamento): Hydrogol, Hydro PC, Hydro PCND e agora o D5000. A produção do D5000 no País vai atender o mercado sul-americano.

Uma grande inovação tecnológica na área de irrigação, o tubo D5000 é um produto adequado para áreas extensas, em culturas como cana, algodão, grãos e café. É autoregulável e por isso pode ser utilizado também em terrenos acidentados, nos quais mantém a uniformidade da vazão, independente da variação de pressão. Outra característica do tubo é o labirinto grande, que reduz o risco do entupimento e garante uma aplicação com maior qualidade. Dependendo da cultura no qual ele está sendo aplicado, ele pode ser utilizado tanto na superfície como enterrado no solo.

A John Deere iniciou sua atuação no mercado de equipamentos de irrigação em 2006 com a aquisição da Roberts Irrigation Products, dos Estados Unidos, seguida em 2008 pelo controle da Plastro Irrigation Systems, de Israel, e da norte-americana T-Systems, International, passando a fabricar a linha de produtos dessas empresas para um mercado de cerca de 100 países.

As informações são da assessoria de imprensa da John Deere Water.

Agrolink

Teresina sedia seminário sobre práticas de excelência da gestão

Teresina -  A capital do Piauí recebe, no dia 14 deste mês, o Seminário Regional em Busca da Excelência. O evento é uma ação conjunta do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) reconhecida internacionalmente por disseminar o Modelo de Excelência da Gestão (MEG), e contribuir para o aumento da competitividade das organizações brasileiras.

Voltado para empresários, líderes organizacionais, representantes do terceiro setor e das micro e pequenas empresas, o seminário vai apresentar os conceitos de excelência da gestão e as melhores práticas de empresas brasileiras. No evento, empresas vencedoras do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, MPE Brasil 2010, vão ministrar palestras focando os principais critérios diferenciais que levaram essas organizações a receberem o prêmio, as dificuldades encontradas e a forma como foram superadas, além dos benefícios com a utilização do MEG.

Em 2010, foram realizados dez seminários em diversos estados, reunindo cerca de duas mil pessoas interessadas em conhecer práticas de gestão que possam aprimorar as atividades de suas empresas, a fim de torná-las ainda mais competitivas.

Serviço:

Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae no Piauí: (86) 3216-1356
Agência Sebrae de Notícias Piauí: (86) 3216-1325

Seminário Regional em Busca da Excelência:

Data: 14/07/2011
Horário: 14h às 17h
Local: Auditório do Sebrae em Teresina – Avenida Campos Sales, nº 1046, Centro

Fonte: Agência Sebrae de Notícias (08/07/2011)

domingo, 10 de julho de 2011

11 perguntas que os cientistas (ainda) não conseguem responder - Parte 2

Tudo sobre misteriosos fenômenos, como a cura pela fé, o fim do mundo e a premonição, que ainda desafiam o conhecimento humano
Jaqueline Mendes, Klester Cavalcanti e Roberto Moregola

2. Quando começa a vida?

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A polêmica sobre a questão é tão intensa que até hoje a ciência não conseguiu chegar a uma única resposta. São diversas as teses a espeito do exato momento em que se inicia a vida humana. Durante a Idade Média, imperava a teoria de que ela só começava no instante do nascimento. Hoje, essa ideia é totalmente descartada. As mais aceitas – e discutidas – pela comunidade científica afirmam que a vida começa...

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3. Quanto usamos do nosso cérebro?

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Quando o assunto é a capacidade do nosso cérebro, uma pergunta sempre vem à tona: como alcançar 100% de seu potencial? Por muito tempo, acreditou-se que usávamos apenas a décima parte da capacidade cerebral. Com 90% de inatividade, certamente teríamos um grande terreno a ser desbravado. Hoje, já é sabido que isso não passa de um mito surgido entre os cientistas no início do século XX.

O fato é que, até agora, a ciência não sabe precisamente quanto utilizamos o nosso potencial cerebral. “Embora existam especulações sobre o assunto, já sabemos, graças ao estudo de imagens funcionais do órgão, que nos valemos de todas as suas áreas, de maneiras diferentes”, afirma a neurocientista Suzana Herculano-Houzel. “Mas percentual que utilizamos ainda é uma incógnita.” De acordo com pesquisas do Laboratório de Neuroanatomia Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o cérebro humano possui em média 86 bilhões de neurônios e 85 bilhões de células não neuronais.

“O fato de os neurônios corresponderem à metade do cérebro não significa que sua capacidade esteja reduzida à metade”, diz Suzana. Saber que a máquina cerebral funciona a todo vapor e se utiliza de todas as ferramentas disponíveis não descarta, no entanto, o fato de que o cérebro, a exemplo do que podemos fazer com os músculos, deva – e precise – ser exercitado. “O sistema nervoso se molda de acordo com a estimulação ambiental”, diz Gilberto Fernando Xavier, pesquisador do Laboratório de Neurociência e Comportamento da USP.

A verdade é que o cérebro humano ainda é um terreno misterioso. “Não sabemos, por exemplo, como bilhões de neurônios, que funcionam de maneira integrada, podem fazer.

Fonte: ISTO É

O sol pode amenizar o aquecimento global?

Cientistas americanos afirmam que um novo período de baixa atividade do astro deve reduzir as temperaturas na Terra
André Julião

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O medo do aquecimento global pode ser em vão. Pelo menos é o que dizem três estudos independentes que geraram polêmica nas últimas semanas. Cientistas anunciaram que o Sol passará por um novo período de baixa atividade. O último evento do tipo é conhecido como Mínimo de Maunder, ocorrido entre 1645 e 1715. O período coincide com as menores temperaturas registradas na Europa, época conhecida como Pequena Idade do Gelo, quando rios congelaram e vilarejos foram cobertos de neve. O frio inesperado compensaria os efeitos das mudanças climáticas, que podem aquecer o planeta em até 6 ºC até 2100, segundo as previsões mais pessimistas.

Os estudos analisam dados do interior, superfície e atmosfera superior do astro e concluem que o próximo ciclo solar – que define, entre outros, o calor que ele emite – vai acontecer com pelo menos dois anos de atraso, se é que vai acontecer. O sol está em constante atividade, com o material interno indo para o exterior a cada 11 anos. O próximo desses eventos, previsto para se iniciar em 2020, só começaria em 2022.

O fenômeno pode ser detectado pela observação das chamadas manchas solares. Trata-se do material que se resfria quando chega à superfície do Sol e se torna mais claro. Já no século 17, os astrônomos Galileu Galilei e Giovanni Cassini rastrearam as manchas com telescópios especiais e registraram a ausência de atividade durante o Mínimo de Maunder. Na mesma época, cientistas reconheceram que essa movimentação acontece em ciclos regulares. Estamos agora no ciclo 24, com um máximo de atividade solar previsto para 2013.

Apesar da aparente regularidade, os cientistas concordam que é imprudente cravar qualquer previsão quanto à atividade de um astro literalmente imprevisível. “Os estudos sobre o Sol são muito recentes e ainda precisamos presenciar mais eventos para testar novas teorias”, diz o astrônomo Victor D’Ávila, do Observatório Nacional. “Será um evento excitante”, disse à ISTOÉ Matt Penn, do National Solar Observatory, nos EUA, autor de um dos estudos. “Temos a chance de presenciar um comportamento nunca antes visto”, afirma.

O pesquisador é cauteloso ao comentar a possível influência da atividade solar na temperatura da Terra. “Não sou cientista climático. Mas meus conhecimentos dizem que o Sol controla o clima terrestre de uma maneira muito complexa: o aquecimento gera entrada de calor no planeta, mas a radiação solar muda a nossa atmosfera e controla também a saída desse calor”, explica.

Como pontuou o especialista em ciência da revista americana “Wired”, Brandon Keim, estudos anteriores já haviam sugerido que a Pequena Idade do Gelo pode ter sido resultado da atividade vulcânica, que cobriu os céus de cinzas e limitou os raios solares que normalmente penetram na atmosfera. Um estudo de 2001, publicado na revista especializada “Science”, mostra que a atividade solar reduzida contribuiu para a diminuição da temperatura terrestre em meras frações de grau.

No ano passado, em outro estudo, Georg Fuelner e Stefan Rahmstorf, do Instituto de Pesquisa em Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha, se propuseram a responder o que aconteceria à Terra se um novo período de baixa atividade solar ocorresse. A resposta: o futuro será muito mais quente, com ou sem um novo Mínimo de Ma­un­­der. “Outro evento desses não é páreo para o aquecimento causado pelos gases de efeito estufa”, concluíram os cientistas.

O climatologista Michael Mann, um dos autores do estudo de 2001, exem­­­­plifica do seguinte modo. “O efeito estufa hoje equivale a 2 watts de energia iluminando cada metro quadrado da superfície da Terra. É como uma árvore de Natal a cada metro quadrado. No meio do século, esses 2 watts serão 4”, diz. “O impacto máximo do Sol é de 0,2 watt por metro quadrado.” Não será o Sol uma solução milagrosa para o aquecimento do planeta. A saída deve continuar por nossa conta.

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Fonte: ISTO É

Rio+20 poderá gerar órgão mundial destinado à preservação do meio ambiente

Órgão seria subordinado à ONU; evento acontecerá no ano que vem entre os dias 28 de maio e 6 de junho

Agência Brasil

Autoridades de países que são alvos de críticas internacionais por causa da forma como tratam a preservação ambiental e o estímulo à economia verde, deverão participar da Conferência Rio+20, de 28 de maio a 6 de junho de 2012, na área do Porto do Rio de Janeiro. A expectativa, segundo os organizadores, é que a China, Índia e os Estados Unidos enviem emissários do primeiro escalão do governo para os debates. As discussões da cúpula poderão gerar a proposta de criação de um órgão específico internacional para a área ambiental.

O órgão, em estudo, ficará subordinado à Organização das Nações Unidas (ONU), como ocorre com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) – que será comandada pelo brasileiro José Graziano da Silva.

A ideia é que a sede do novo órgão, responsável pela área ambiental, seja na África. Atualmente só há uma agência da ONU para cuidar do tema, que é o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cuja sede fica no Quênia. Criado em 1972, o programa tem o objetivo de fortalecer as ações mundiais de desenvolvimento sustentável.

As autoridades brasileiras e estrangeiras, porém, concluíram que é necessário ampliar os esforços em nível mundial, pois hoje não há uma definição universal sobre economia verde nem foram estabelecidos os instrumentos, aceitos de forma global, para o desenvolvimento sustentável.

Preparativos

Os ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello e José Sarney (PMDB-AP) deverão participar de debates que integram a Conferência Rio+20, a exemplo do que ocorreu em março, durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil.

No almoço oferecido a Obama, no Palácio Itamaraty em Brasília, todos os ex-presidentes foram convidados. O ex-presidente Itamar Franco (1992-1994), que morreu no último dia 2, também compareceu e elogiou a iniciativa da presidenta Dilma Rousseff de convidar seus antecessores para o almoço. Todos se sentaram à mesma mesa – Fernando Henrique, Collor, Sarney e Itamar. Lula não esteve presente.

De acordo com os organizadores da Rio+20, o conjunto de medidas adotadas no Brasil nos últimos anos para incentivar a economia verde, a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável resultam das ações de vários governos, consolidadas na gestão Dilma Rousseff.

No que depender da presidenta, o objetivo da Rio+20 será enfatizar como alternativa mundial o desenvolvimento da  economia verde por meio de incentivos à melhoria da qualidade de vida das populações, erradicando a pobreza e estimulando a sustentabilidade. Determinada a defender essa alternativa, a presidenta passou a associar os programas de transferência de renda adotados no Brasil e os números positivos da economia nacional.

Uma das preocupações do governo brasileiro é incluir essa determinação no documento final, no qual estarão definidas as metas de desenvolvimento sustentável para as próximas duas décadas e que serão adotadas por todos os participantes da Rio+20. A ideia é aprovar um documento como o definido pelas Nações Unidas, em 2000, quando foram estabelecidas as Metas do Milênio.

No documento Metas do Milênio, da Organização das Nações Unidas (ONU), os objetivos se concentraram em oito pilares: fim da fome e da pobreza, educação básica de qualidade para todos, igualdade entre sexos e valorização da mulher, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde das grávidas, combate à aids e à malária, o respeito ao meio ambiente e incentivo ao trabalho pelo desenvolvimento.

Fonte: ISTO É

Como desatar esse nó

A tecnologia está aí, mas a falta de incentivos fiscais e o lobby do etanol travam a chegada dos carros verdes ao Brasil

Larissa Veloso e Hélio Gomes

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Na última semana, a reportagem de ISTOÉ viveu horas na pele de um alienígena. A bordo de um Nissan Leaf, modelo movido a baterias de lítio com emissão zero de CO2 na atmosfera, nossa equipe foi alvo de olhares curiosos, dedos apontados e conversas ao pé do ouvido. Afinal, não é todo dia que um carro 100% elétrico roda por São Paulo. Até aí, tudo bacana. O problema é que, muito provavelmente, os veículos mais limpos do mundo nunca deixem de ser como naves de outro planeta por aqui. Graças a uma disputa política e econômica, eles correm o sério risco de jamais chegar às nossas lojas.

“O maior receio do governo é que os elétricos matem o etanol”, diz Fábio Maggion, supervisor de engenharia e planejamento da Mitsubishi Motors no Brasil, que chegou a importar alguns carros do modelo MiEV em 2010. Não há como negar a importância de uma das principais matrizes energéticas brasileiras, um dos músculos da nossa economia e a alternativa limpa brasileira aos combustíveis fósseis. Mas impedir que o consumidor – em especial, aquele preocupado com a questão ambiental – tenha acesso a uma tecnologia totalmente limpa pode ser um erro grave.

A principal trava no caminho dos 100% elétricos no País é econômica. Como ainda são muito mais caros do que os automóveis convencionais, eles dependem de incentivos – sobretudo fiscais – para se tornar vendáveis. Nos EUA, na Europa e na Ásia, um número cada vez maior de governos toma atitudes nesse sentido. Por aqui, ainda nada foi planejado (leia abaixo). “O lobby pelo etanol é forte demais”, diz Chris Paine, diretor do documentário “Quem Matou o Carro Elétrico?”.

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Lula guiou um elétrico em 2010, mas apoio não saiu

Qual seria a alternativa? “A melhor opção são os híbridos”, diz Pietro Erber, diretor da Associação Brasileira de Veículos Elétricos. Ele cita os modelos que rodam com motores a combustão e elétricos. A tecnologia é sucesso fora do Brasil há anos. Apenas o Toyota Prius, que roda com gasolina, já alcançou a marca de um milhão de unidades vendidas nos EUA. O importado Ford Fusion Hybrid chegou ao Brasil em outubro de 2010, mas a alternativa continua um luxo para poucos. Enquanto os americanos pagam cerca de R$ 45.000 pelo modelo, os brasileiros desembolsam proibitivos R$ 134.000.

Resta saber se essa disparidade de preços impulsionará uma corrida pelo primeiro – e bem mais barato – modelo comercial made in Brazil movido a eletricidade e álcool. Em recente evento, o ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, afirmou que o “etanol elétrico” é promissor. Enquanto isso não ocorrer, os elétricos devem continuar a vir ao País apenas a passeio. Uma iniciativa que ao menos mostra como a inovação pode fazer muito bem a uma das indústrias mais poluidoras. “Montar uma fábrica e criar modelos elétricos foi uma decisão tomada há quase dez anos”, diz Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan. 

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Fonte: ISTO É

sábado, 9 de julho de 2011

Os maiores investidores do Brasil são da China

Marcelo Onaga

De fornecedora de bugigangas a China se transformou no maior parceiro do Brasil. E vai investir mais de 17 bilhões de dólares no país


China vai investir mais de 17 bilhões de dólares no Brasil

Há exatamente dez anos, quando o Brasil enfrentava a crise dos apagões de energia e via sua atividade econômica ameaçada, com inflação beirando os 8% anuais, juros de 18% e crescimento do PIB de modesto 1,5%, a China era mais um entre tantos parceiros comerciais, mais conhecida pelas quinquilharias de baixo preço e falsificações que abasteciam camelôs e lojas populares.

Juntas, as empresas chinesas investiram no Brasil 28 milhões de dólares — uma ridícula fração dos 4,5 bilhões de dólares que os Estados Unidos, maiores investidores no Brasil em 2001, aportaram no país. Há dez anos, a soma de exportações e importações entre Brasil e China, a chamada corrente de comércio, foi de 3 bilhões de dólares, enquanto o comércio entre Brasil e Estados Unidos atingia 27 bilhões de dólares. O mundo mudou radicalmente em uma década — e boa parte dessa mudança se deu graças à ascensão da China como nova potência global.

Em dez anos, os chineses deixaram de ser os paraguaios asiáticos para se tornar os principais parceiros e investidores no Brasil. Em 2010, a China anunciou investimentos de 17,2 bilhões de dólares no país, ante 6,2 bilhões dos americanos. Os chineses também assumiram a ponta nas relações comerciais, e a corrente de comércio entre nós e eles ultrapassou 56 bilhões de dólares no ano passado. Um reflexo visível de todo esse avanço é a crescente presença da China em diversos mercados brasileiros. Os chineses continuam a querer nossas commodities. Mas também estão interessados em nosso mercado interno. Já estão em setores que vão da exploração de petróleo à produção de computadores, do processamento de soja à fabricação de motocicletas e automóveis.

Suas marcas — algo durante muito tempo considerado impensável para uma economia autodenominada comunista — começam a proliferar. A China é hoje a maior fa­bricante de automóveis do mundo. De suas montadoras saem modelos da GM, da Volkswagen e de marcas nacionais, como JAC e Chery, que tentam reproduzir no mercado internacional o que japoneses e coreanos já fizeram em décadas passadas.

Há alguns meses, a JAC fez sua estreia no Brasil. Representada pelo empresário Sérgio Habib, o mesmo que trouxe para o Brasil a francesa Citroën, a JAC investiu 150 milhões de reais em sua campanha de lançamento. Com preços cerca de 20% mais baixos do que os de seus concorrentes, uma rede inicial de 50 concessionárias com lojas grandes e vistosas e a promessa de entregar qualidade ancorada numa garantia de seis anos, a JAC quer ser o símbolo do novo momento chinês no Brasil.

“Vamos tirar mercado das grandes marcas. Até o fim do ano teremos 2,5% do mercado”, diz Habib. Se tudo sair co­mo planejado, a JAC deverá faturar no Brasil 1,1 bilhão de dólares até o fim deste ano e atingir a marca de 100 000 unidades vendidas em 2013. A partir desse volume, Habib considera a possibilidade de construção de uma fábrica no país. De forma mais silenciosa, os executivos da Chery, maior montadora chinesa, já estão construindo uma linha de produção em Jacareí, no interior paulista. Fundada há 14 anos, a Chery é um fenômeno. Vendeu cerca de 600â?¯000 carros na China em 2010 e ficou com 4% do mercado de automóveis que mais cresce no mundo. Passou a exportar seus carros para o Brasil em 2009 e, em abril deste ano, lançou o modelo mais barato do mercado nacional — o QQ, um automóvel de pouco mais de 22 000 reais, equipado com ar-condicionado e air bag. A meta da Chery é vender 35â?¯000 veículos neste ano no Brasil. “Nossos produtos mostram que os chineses sabem fazer coisas sofisticadas”, afirma Luís Curi, presidente da subsidiária brasileira.

Temida por muitos empresários, a invasão chinesa é aplaudida por parte dos economistas. “A entrada desses investimentos faz crescer a capacidade produtiva, e isso ajuda a segurar a inflação”, diz Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais. Os chineses, com sua mão de obra abundante e barata, sua moeda subvalorizada e sua política expansionista, são o modelo mundial na competição por preço. A estratégia da AOC é só mais um exemplo. Instalada no Brasil desde 1997, a AOC é a maior fabricante de monitores para computador do mundo, e recentemente entrou no mercado de computadores e televisores. Fornecedora de telas para algumas das maiores fabricantes globais de TVs, comprou no início do ano passado 70% da divisão de televisores da Philips. Desde então, coloca seus produtos no mercado com preços 15% inferiores aos da média de seus concorrentes. Agora, prepara o lançamento de seus tablets. Sua grande vantagem é usar mercados como o brasileiro como etapa final nos processos de montagem de seus produtos. Boa parte de tudo o que é feito vem da China, país de custos ainda imbatíveis. “O Brasil é fundamental para a operação mundial”, diz Maurizio Laniado, vice-presidente da subsidiária local da AOC. “Prova disso são nossas três fábricas construídas em Manaus no último ano.”

É inegável — por mais que a ideia assuste e desagrade a muitos — que a China busca se firmar na posição de grande fábrica do mundo, uma fábrica que vá muito além da imagem de galpões tomados por empregados suarentos, de custo baixo e nenhuma qualificação. Mostrar o domínio da tecnologia faz parte do projeto da China como potência global. Isso e o senso de oportunidade em conquistar novos mercados estão por trás do recente — e surpreendente — anúncio de investimento no Brasil feito pela fabricante de produtos eletrônicos Foxconn. Durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril, o presidente da companhia, Terry Gou, afirmou que tem planos de investir até 7 bilhões de dólares na criação de uma cidade tecnológica em Jundiaí, no interior de São Paulo. Lá deverão ser produzidos o tablet iPad e o aparelho de celular iPhone, ambos da Apple.

Segundo Gou, 100â?¯000 novos empregos seriam criados — 20â?¯000 deles para engenheiros. (Para efeito de comparação, a Petrobras, maior empresa do país, tem 11â?¯000 engenheiros contratados.) A Huawei, outra gigante chinesa da área de eletrônicos e equipamentos para telecomunicação, anunciou investimento de 350 milhões de dólares na construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos.

No Brasil desde 1999, a Huawei é uma das líderes no fornecimento de equipamentos para operadoras de telefonia e começa a diversificar sua atuação investindo em produtos para o consumidor final. Nos próximos meses, deverá lançar um tablet e celulares. “O mercado brasileiro é prioritário e será decisivo para nosso crescimento”, diz João Pedro Flecha de Lima, vice-presidente da filial brasileira da empresa.

O apetite chinês pelo Brasil é enorme — e perfeitamente explicável diante da complementaridade das duas economias. Do início do ano até maio, de acordo com o Conselho Empresarial Brasil-China, os anúncios de intenção de investimento no país atingiram 14 bilhões de dólares. O bom momento brasileiro e a perspectiva de um crescimento sustentável ao longo dos próximos anos têm encantado os chineses. “O que acontece hoje no Brasil parece muito com o que ocorreu na China há 20 anos. É uma oportunidade única, e não podemos ficar de fora”, diz Zuo Ying, vice-presidente de operações internacionais e filha do fundador da Zongshen, fabricante de motocicletas e minivans. Ying assumiu o comando das operações da empresa fora da China e vem quase todos os meses para o Brasil. “É nossa prioridade”, diz ela. A empresa é uma representante do emergente capitalismo chinês, ao lado de companhias que nasceram há menos de 30 anos, muitas em pequenas garagens, e que hoje são grandes corporações.

A Zongshen começou em 1982 como uma oficina de bicicletas, com um investimento de 200 dólares feito pelo pai de Ying. No ano passado, faturou 13 bilhões de dólares. Chegou ao Brasil em 2009, em parceria com o empresário paranaense Cláudio Rosa. Juntos, compraram a marca de motos Kasinski, abriram uma fábrica em Manaus e planejam tirar o segundo lugar no mercado de motos, há décadas ocupado pela japonesa Yamaha, nos próximos cinco anos. Atualmente, a Kasinski disputa a terceira posição do mercado com a Dafra.

Casos como esses mostram uma mudança qualitativa na forma como a China passou a encarar o Brasil. Até o ano passado, os principais investimentos anunciados foram direcionados para as áreas de mineração, petróleo, alimentos e energia, matérias-primas vitais para assegurar o crescimento chinês daqui para a frente. “Agora, a maior parte dos investimentos é de empresas que buscam explorar nosso mercado interno”, diz o ex-ministro do Desenvolvimento Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China. A infraestrutura é outra área de grande interesse. O presidente do Bank of China no Brasil, Zhang Jianhua, diz que grandes empresas devem anunciar sua entrada no Brasil nos próximos meses para aproveitar as oportunidades das obras que devem ser erguidas para a Copa do Mundo e a Olimpíada.

A Sany, fabricante de equipamentos pesados, como guindastes e máquinas de concreto, iniciou a construção de uma fábrica no interior de São Paulo e deslocou um de seus fundadores, Victor Yuan, para cuidar de seus negócios no país. Sua meta é fazer o faturamento da Sany passar dos atuais 150 milhões para 1 bilhão de dólares em 2014. A estratégia é a mesma de seus conterrâneos: investir em qualidade para mudar a imagem dos produtos chineses, conquistar a confiança do consumidor e manter preços mais baixos graças à integração global de sua produção. “Vamos ser grandes no Brasil”, diz Yuan. É bom não duvidar. Há dez anos, poucos imaginavam que ocorreria uma invasão chinesa no Brasil. Hoje, não se sabe aonde ela vai parar.

Fonte: Canal do Produtor > Exame

Cade quer suspender marca Perdigão

Raquel Landim

Negociação para aprovar a fusão com a Sadia prevê a proibição temporária da marca em produtos com maior concentração de mercado

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Brasil Foods estão negociando a suspensão temporária da marca Perdigão nos segmentos em que existe maior concentração de mercado. Esse é o principal ponto do acordo que vem sendo costurado para tentar aprovar a fusão de Sadia e Perdigão, depois que um conselheiro do Cade sugeriu vetar a operação por provocar prejuízos ao consumidor.

As negociações, no entanto, não estão concluídas e devem prosseguir até o julgamento, marcado para quarta-feira. Segundo o Estado apurou, existe consenso entre o Cade e a empresa sobre o "remédio", mas a disputa é acirrada sobre a "dosagem". Não há definição em quantos mercados seria feita a suspensão da marca Perdigão, nem por quanto tempo. Fontes próximas à discussão indicam que a suspensão do uso da marca pode ocorrer em pelo menos seis grupos de produtos, por um prazo máximo de cinco anos. Mas o nos termos finais do acordo ainda podem variar bastante.

Com a união das marcas Sadia e Perdigão, a participação de mercado da Brasil Foods chega a 70% em pizzas prontas, 80% em hambúrgueres e empanados de frango, 90% em lasanhas. Os porcentuais também são muito elevados em mercados como o de presunto (70%), linguiça defumada (70%), kit festa aves (90%), carne in natura peru (70%), entre outros. Os dados são da Procuradoria do Cade.

O acordo não prevê restrições para a marca Sadia, que é considerada "premium" e tem preços mais altos. Essa marca está sendo preservada porque é a mais forte na exportação, sendo conhecida em países como Arábia Saudita e Rússia. Também está previsto no acordo a venda de marcas populares e de muitas fábricas e centros de distribuição.

Nesse ponto da negociação, a suspensão da marca Perdigão se tornou aceitável para a Brasil Foods, que chegou a declarar várias vezes que não faria concessões nas marcas principais. Segundo uma fonte ligada ao processo, a suspensão "pelo menos preserva o sentido da fusão" que seria perdido se uma das marcas principais fosse vendida.

Mas a solução de suspender temporariamente a marca Perdigão é polêmica e ainda gera dúvidas entre os conselheiros do Cade. O órgão está tentando impor condições para que a empresa não se aproveite da oportunidade para lançar outra marca ou ocupar espaço da Perdigão com uma marca que já existe, mantendo seu poder de mercado.

Não é a primeira vez que o Cade adota a solução de suspender uma marca. No passado, o resultado não foi bom. Em 1996, o órgão exigiu que a Colgate suspendesse por quatro anos a marca Kolynos. A empresa lançou então o creme dental Sorriso no mesmo patamar de preço e até com a mesma identidade visual. A substituição foi tão bem sucedida que a Colgate decidiu não voltar a usar a marca Kolynos.

Fonte: Canal do Produtor > O Estado de S. Paulo

Inovação e o papel do Estado

Frederico Fleury Curado

O posicionamento competitivo de uma nação é, em grande medida, um reflexo da competitividade de sua indústria

O posicionamento competitivo de uma nação é, em grande medida, um reflexo da competitividade de sua indústria. Essa competitividade é determinada, cada vez mais, por sua capacidade de geração de riqueza via inovação e desenvolvimento tecnológico, tanto pelos produtos e serviços que revolucionam mercados consumidores quanto pela influência positiva que geram em outros setores da economia.

Como resultado, os países fomentam o surgimento e desenvolvimento de empresas que tenham real capacidade de inovar. O Brasil, apesar de não ter tradição em inovação ou vanguarda tecnológica, conta com alguns exemplos históricos de sucesso, onde uma visão de Estado, seguida de investimentos consistentes, conseguiu criar liderança mundial em tecnologias e mercados específicos. Alguns desses exemplos são a exploração de petróleo em águas profundas, a viabilidade de produção agrícola em condições adversas e o desenvolvimento e construção de aeronaves avançadas, liderados por Petrobrás, Embrapa e Embraer, respectivamente.

No caso da indústria aeroespacial, a decisão de investir numa escola de engenharia aeronáutica (ITA) e num centro de pesquisas (CTA) se originou da visão, logo ao final da 2.ª Guerra Mundial, de que o País deveria adquirir capacitação em ciências aeronáuticas, dada a sua alta intensidade tecnológica e importância para a autonomia e soberania nacionais. Os resultados são emblemáticos. O Brasil, juntamente com EUA, União Europeia (mais especificamente os países do consórcio Airbus - Alemanha, França e Espanha) e Canadá, integra o seletíssimo grupo de nações com plena capacidade de especificação, projeto e fabricação de aeronaves comerciais. Além disso, a Força Aérea Brasileira, com quase 75% de sua frota sendo composta por aeronaves fabricadas ou aperfeiçoadas pela Embraer, conta com nível de autonomia e independência só existente em alguns países desenvolvidos.

Recentemente, entretanto, China, Japão e Rússia vêm se apresentando como fortes pretendentes a ingressar no mercado de aviação comercial global, aportando apoios significativos às suas indústrias para esse fim.

O que se observa no exemplo da tecnologia aeronáutica também se aplica a inúmeras outras cadeias produtivas. O momento atual, em que a indústria brasileira está diante de um extraordinário desafio de competitividade e sobrevivência, convida-nos a uma reflexão sobre o papel indutor do Estado no fomento e na defesa de suas empresas industriais, em particular as inovadoras e de base tecnológica.

Por um lado, é fundamental o incansável combate aos subsídios e mecanismos de incentivo que criam distorções no mercado. Para tal se deve reforçar o papel regulador de organizações multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), assegurando-se o necessário equilíbrio entre as diferentes políticas dos diferentes países. Por outro, é no contexto da inovação e da pesquisa e desenvolvimento tecnológico que o incentivo e a participação do Estado se fazem mais necessários e legítimos.

Nesse aspecto, a indústria brasileira está em clara desvantagem em relação aos países desenvolvidos e mesmo a alguns emergentes, como China, Coreia do Sul e México. Esse panorama torna imperativo um esforço inédito de incentivo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico no Brasil, de modo a permitir que as poucas ilhas de excelência existentes no País continuem investindo e se mantendo competitivas internacionalmente, além de vermos o surgimento de novas indústrias e novos setores de competência que expandam a intensidade tecnológica da economia brasileira, diversifiquem sua base de produção e exportação e elevem a qualidade média do emprego nacional.

A última Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), divulgada ao final de 2010, revela que a intensidade tecnológica média da indústria brasileira é de 0,6, bastante baixa se comparada à realidade de setores que fazem investimentos mais intensos em pesquisa e desenvolvimento (P&D;), como, por exemplo, o aeronáutico (4,0).

Reverter esse quadro e causar uma inflexão positiva requer o esforço conjunto da iniciativa privada e do Estado. Ao nos aproximarmos do 4.º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, e diante da perspectiva da necessidade urgente de edição de uma nova política industrial para o País, é mister que haja uma convergência de ideias, mecanismos e políticas concretas que acelerem, de forma efetiva e perene, nosso processo de inovação e de P&D.;

Evidentemente não há política industrial que, por si só, consiga assegurar a competitividade estrutural de uma economia. Sem a superação das diversas deficiências crônicas que insistentemente nos afetam - que vão de uma infraestrutura ineficiente a uma carga tributária que pune a produção e o investimento; de um sistema educacional ainda frágil a uma crescente insegurança jurídica - não seremos uma nação plenamente desenvolvida. É, contudo, necessário começar. A oportunidade da inserção central dos temas de inovação e desenvolvimento tecnológico na nova política industrial do País é real e seria um importante primeiro passo.

Sem inovação o Brasil não será competitivo. Sem competitividade não haverá sustentação do nosso crescimento. Sem crescimento não se poderá avançar na melhoria das condições sociais, educacionais e de infraestrutura de nosso povo.

A inovação e o desenvolvimento tecnológico podem efetivamente ajudar o Brasil a acelerar seu processo de desenvolvimento econômico e social, devendo, portanto, ser entendidos e tratados como prioridade nacional, tanto pelo Estado quanto por empresas, academia e sociedade em geral.

PRESIDENTE DA EMBRAER E VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (IEDI)

Fonte: Canal do Produtor > O Estado de S. Paulo